sexta-feira, 5 de março de 2010

PIPAS



Os quadradinhos multicoloridos,
que avistávamos ao longe, no céu,
eram ligados a Terra, por linhas brancas,
nos carretéis das mãos dos moleques
Pareciam retalhos flutuantes
Vez ou outra, um caia, e vinha um bando de garotos,
descalços normalmente, guerrear.
E quando não conseguiam seus troféus,
estes eram despedaçados.
Entre tapas e xingamentos,
entre lágrimas e dizeres de mal querer.
Eu os via diariamente, no campinho do fim da rua.
...

Um dia, fomos surpreendidos com gritos ,
pedidos transtornados de socorro.
Nossa vizinha, D. Teca berrava como louca.
Tudo porque seu filho Lico,
pulara o portão de uma casa para recuperar uma pipa.
Embora seu pai Zé Preto, já tivesse dito, inúmeras vezes, que não o fizesse.
E zangara-se também, e dissera que ralharia com ele se insistisse.
E Lico, como dizia, neste dia insistiu:
...
Pulou o portão... descalço, errou o passo, tropeçou...
A lança do portão fincou-se sem dó em seu pescoço.
cortando o grito de vitória de Lico,
em dois gritos de dor tão agudos ,
que nunca vou esquecer.
Um era de Teca
o outro de Zé Preto

E no dia seguinte, não teve pipa.






3 comentários:

  1. Putz Faw....como eh que vc lembra do Lico???w

    Vc era muito pequena! Este seu blog ta cheio de fantansmas hein?

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  2. eu nao lembrava o nome do menino, mas quando vc fallou na dona teca, nao tinha como nao lenbrr. ela era tao barulhenta, rsss, alegre, falava alto...mas depois dissoooo. Foi muito trsite, mas bem bonito o texto, bju Cida

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  3. Eu lembro do LIco, era muito moleque ainda quando isso aconteceu. COisa mais trsite. è muito ruim quando uma coisa destas acontece a uma criança, eu preferia q isso tivesse saido da sua imaginação. Assim como o texto do menino alado. Acho que a Adriana gostaria de ler, ela amava muito o priminho.
    Val

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