segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tente sorrir hoje

Talvez você devesse sorrir
Antes de lamentar ou baixar os olhos
E talvez, devesse dançar no quintal
Antes de pensar em varrer ou lavar coisas tolas

E eu te digo que este riso
Ia encher a casa, ao anoitecer
E você sentiria a presença dela aqui
Como sinto


Você poderia cantar com os pássaros
E, entoar assim, uma ou outra nota
Eles lhe dão trabalho?
Lhe dariam um enorme prazer!
E você ouviria, saindo de tuas memórias
a voz Dela a preencher as notas da canção...

E poderia ainda, se sentar no degrau da cozinha.
Ouvir moda de viola no radinho de pilha
E chorar de saudades sim, mas
com um riso no lábio
E Ela tocaria teu ombro
Como toca meu rosto ao anoitecer

E poderia ser menos fraco
Ter menos pena de tuas pagas
Que de fraqueza, Ela tinha nojo
E poderia no geral ser é mais feliz...

Como Ela era...



terça-feira, 13 de julho de 2010

Reunião de nós

Para Pedro - Castelo de Óbidos


A reuniao de nós, que marquei
esqueceste, não veio
e fiquei aqui, sozinha
nauzeabunda
esperando que cumprisse o protocolo
e protocolarmente viesse ter comigo
um de nossos papos, tão exemplares
tão em pauta para as coisas cotidianas
se é isso que faz com seu tempo
estes investimentos que tem lá longe?
onde não há tecnologia que nos ligue
então deixe-os
que dinheiro, nada é
que dinheiro, nada pode em nosso mundo
que é só de um emaranhado tolo de palavras,
e que só serve ao nosso bem estar mais vil
deixe lá as terras, as ilusões de fazenda
porque depois, eu morro
ou morre voce
sozinhos,
 sem trocar palavras multicores
sem desdizer beijos solenes e azuis
depois o tempo passa, e não nos falamos mais
e não responde meus contos
nem os encoraja ou julga
não os fala bem ou mal
nem de eles, nem de mim
mande-me uma carta, como esta
escrita sem olhara para tras
escrita sem usar a gramaática
a correção, a concordäncia
sem ver se o dedo, bateu r em vez de s
sem saber nada, só sentindo e indo
como eram nossas conversas tão entrecortadas
de cousas puras,
e de sentimentos que me dao uma baita saudade
mande-me algo,
um fragmento teu qualquer
qualquer um


beijo azul e radiante,

FAW



com letras bem maiusculas, pois agora descobri que sou FABULOSA!!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O que quero da Vida:

Eu quero casa, filho, jardim, flor
Quero café da manha na cama,
Beijo na boca ao entardecer
Quero abraço no meio da noite
Termômetro urgente na febre
Quero carinho no dia de choro
Aplauso na promoção
Quero afago no cabelo
E sexo avassalador ou para avassalar
Quero rusga de mentirinha para fazer dengo
E ouvidos atenciosos para historias sem fim
Quero direção, quando perdida no transito
Comidinha especial na gestação
E voz de saudade em dia de longa viagem
Quero amigo de copo na noite quente
De garrafa na tarde escaldante
Quero príncipe matando os monstros dos pesadelos
Quero fresta de sol bolinando almofadas da sala
E vento balançando a samambaia da varanda
Quero sino de vento a dar boas vindas
E pássaro sem gaiola, pululando na árvore do quintal
Quero vinho, abraço apertado e beijo cálido em noite fria
E brigas pelo cobertor entre carinhos
Quero guerra de travesseiro
Churrasco interminavelmente alegre com os amigos
Música boa até adormecer
Quero lençol cheirando a brisa
Fronha que emana flor
Quero almoço em cidade distante
E noite de ópio sem hora para voltar


QUERO – TE MEU AMOR, E SÓ.

sexta-feira, 30 de abril de 2010







Me diga, estou inquieta:
Perdeu-se na masmorra?

Muda, nao sei te buscar

Tudo porque desisti

Ao longo dos anos, de esperar

estou presa a masmorra

Você vira?





. . . . Orvalho?




Sabe o que é orvalho?
Uma frutinha amarela e pequena e doce, muito doce
não sei se tem este nome por aí, nas suas bandas
deve se chamar arapuaçu, gravabató, ou coisa que o valha
que vcs do interior poem nomes melodiosos em todas as coisas


Minha vizinha, a velha bruxa Ermelinda
tinha um pé dessas frutas em seu quintal, entre tantas outras
seu quintal era fértil em sentido inversamente proporcional a seu útero,
que jamais dera fruto
Quando pequena, de meu casebre
olhava o quintal de caquinhos vermelhos da vizinha
com suas muretinhas emoldurando as árvores e folhas
e a achava profundamente rica
e tinha inveja de suas uvas caindo pesadamente
e suas bananas amarelas e unidas
das peras verdes, que eu amava, e ela deixava apodrecer no pé
isso principalmente, nos dias de sábado quando havia "colheita" de orvalho!
era praticamente a única fruta que nos permitia comer
e seu cheiro doce invadia minhas narinas e ...
me dava as sensações mais maravilhosas e enebriantes
que jamais nenhum ópio pode dar.
Toda a minha infância ficou empreguinada deste cheiro, e de uns outros

POis bem, esta manhã, quase duas décadas depois de ter a vizinha velha bruxa Ermelinda
Podado de forma mortal o pé de orvalho tão querido, de frutas aveludadas e dulcissimas.
Senti no trabalho um cheiro, quase de abacaxis, mas que não pude identificar,
E que ficou pairando em minha cabeça por muito tempo
Depois de algumas horas, um de meus colegas de trabalho entrou na sala e perguntou a um outro:
 -Você sabe o que é orvalho?
Antes que ele respondesse eu disse:
- É uma frutinha linda, amarela, aveludada, e doce, que não existe mais!
-Há um pé delas carregadinha, do outro lado do telhado...
Resondeu ele com olhos cumplices e brilhantes

Pois bem , para terminar a história, estou até agora arquitetando,
como passarei pelos dois asilos que cercam a área onde trabalho
e me apoderarei das frutas...
Porque se for pedi-las e as velhinhas não forem bruxas,
talvez elas não vejam maceradas dos gostos todos,
do que foi de bom, e do que foi de ruim, em minha vida de menina.





sábado, 24 de abril de 2010

Ele diria....




Os meus passos não têm estrada
Meus apelos são escaladas
E por mais que o grito tépido da noite escura
Tinja meu rosto com a rubra cor de céu sereno
Meus passos não encontram, nunca
Os caminhos que procuro, tanto
O meu beijo não tem sabores
Nem meus olhos brilho eterno
Já não tenho humores dantescos
Nem vontades loucas de ser teu eternamente
Eu me converto no que não sou
E me preocupo em não tê-la por perto
Para não correr o risco de sentir a dor
Que sei, e tu sabes, é o que a espera
Meus passos não têm destino
Meus apelos não têm olvidos
Minhas preces da noite, sei que perdi
Hoje na cidade, depois de tê-la!

sexta-feira, 26 de março de 2010

- - TEMPO



As falenas e coccinelas batem em tua janela
Insistem... Insistem:
Imploram por teu olhar azul
Noctâmbulo, você nem se move
Percorro, como louca teu estúdio empoeirado e,
vasculho quadros, tintas, caixas
Procuro qualquer coisa que o tire da catatonia
Mas  tudo é inútil!


Quando foi que roubaram tuas cores?
Quando, que não percebi?
As primaveras foram se sucedendo,
e não percebi, que só tua alma é pueril
Eu olhava tua face avermelhada e
teus ares soltavam lufadas de Sol em meu rosto, em minha vida
Você me recebia com teus braços longos, abertos, tão abertos.
Cheirando a tinta, terra e flores.
Dançávamos, com Estela na varanda
E ríamos, como ríamos
Dos outros, de teus sapatos, de nós mesmos
E você fazia tantas coisas ao mesmo tempo
Com tamanha fé e energia!
Como eu poderia imaginar?
Como saber que você envelheceria um dia?
Que poderia padecer como um qualquer?

Por que fingiu ser indestrutível?
Por que rodopiou comigo no jardim até um dia destes?
Agora, nem se move...
Teu corpo sobre a cama, é vazio
Os coiotes levaram para longe teu espírito...
tuas cores estapafúrdias
As falenas dançam para ti, agora em réquiem
E Vincenzo, você nem vê...

quinta-feira, 11 de março de 2010

. . . Não sei se vou te amar




Estas vinte e quatro horas do dia,
Já não bastam a minhas vontades
Fico parada e nula
Esperando, o que não tem espera!
Não, nunca mais ficarei aqui estatelado
Eu vou andar nem que seja para o nada
Sentir o vento pelo vidro do carro
E cantar alto, bem alto,
Até a agonia sentir medo e sair de mim
E vou beber muita água
Até que não haja espaço nenhum para álcool,
Nem para que eu beba por estúpidas razões
Não me ferir, nem te ferir
Só porque nosso mundo esta ruindo
Não vou me partir em mil
Nem raptar um halo lunar para ornar teu cabelo
Vou embora, que é mais simples
Nem sei se vou te amar por toda a vida
Se minha vida acabar agora, sim!
Mas o tempo que não tem,
Somado ao tempo que preciso de ti
É tempo demais meu bem,
São anos luz para alcançar com teus passos
Estou indo para longe de teu colo,
De teu beijo quente
E você não sabe ainda?
Mas eu te digo, então:
Estou indo para longe, e talvez,
Isso nem seja tão triste para ti.
Meus sentidos todos, eram só teus
Minha alegria, minha alucinação
Meu desejo todo, e minhas ambições
Mas não quero vê-lo triste por isso
Se eu pudesse voltar no tempo
Não teria te carregado por meus caminhos
E sua vida seria melhor, sem meu toque?
Não teria te dado minhas cores, e meus jardins
E tua vida seria melhor seu meus fragrantes abraços?
Mas para apagar a tristeza de seu rosto,
Talvez eu tenha que partir
Se você quiser, eu vou
Mas guarde um beijo azul, num envelope
Sob teu travesseiro imaculado
Porque quando eu tiver partido,
Você vai precisar de amor,
Para apagar a tristeza da sua vida...


sexta-feira, 5 de março de 2010

Quando foi?

Quando foi
Que cravaram teu semblante em meu âmago,
e eternizaram este sentir?
Quando foi que vi você, ou não vi,
pois estava já gravado em minhas memórias mais multicores?
És, de minhas lembranças, a que não abandonarei.
És dos gostos, o que mais quero ter em meu corpo.
És o melhor entre os abraços quentes,
e todos os calores bons de sentir
És o beijo nas manhas frias,
E a lufada de ar, quando o sol levanta antes de nós.
És a mão que acaricia minha testa, e me acalma,
quando os sonhos ruins vêm rondar minhas noites...
A voz que me desperta pelo telefone nas manhãs...
O toque que quero ter quando anoitece.
As palavras de sensatez, que as vezes esqueço,
nos momentos ruins
O colo que nunca tive, e agora cobro,
como se tivesse sido meu, desde sempre.
Quem tem sempre a solução para um lamento meu.
Quem me faz rir quando quero esmurrá-lo
Quem me leva a beira do abismo e diz:
-Poderíamos pular agora,
Mas vamos tentar outra vez...


PIPAS



Os quadradinhos multicoloridos,
que avistávamos ao longe, no céu,
eram ligados a Terra, por linhas brancas,
nos carretéis das mãos dos moleques
Pareciam retalhos flutuantes
Vez ou outra, um caia, e vinha um bando de garotos,
descalços normalmente, guerrear.
E quando não conseguiam seus troféus,
estes eram despedaçados.
Entre tapas e xingamentos,
entre lágrimas e dizeres de mal querer.
Eu os via diariamente, no campinho do fim da rua.
...

Um dia, fomos surpreendidos com gritos ,
pedidos transtornados de socorro.
Nossa vizinha, D. Teca berrava como louca.
Tudo porque seu filho Lico,
pulara o portão de uma casa para recuperar uma pipa.
Embora seu pai Zé Preto, já tivesse dito, inúmeras vezes, que não o fizesse.
E zangara-se também, e dissera que ralharia com ele se insistisse.
E Lico, como dizia, neste dia insistiu:
...
Pulou o portão... descalço, errou o passo, tropeçou...
A lança do portão fincou-se sem dó em seu pescoço.
cortando o grito de vitória de Lico,
em dois gritos de dor tão agudos ,
que nunca vou esquecer.
Um era de Teca
o outro de Zé Preto

E no dia seguinte, não teve pipa.






sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Não amo só o teu riso fácil,
em manhã de Sol na praia,
aprendi a amar tua ausência de humor em noite de transito e chuva, quando liga só para reclamar.

Não amo só teu jeito de me abraçar quando choro,
nem o de me ligar de manhã, todo dia,
me preparando para o resto
Aprendi a amar tua raiva quando faço bobagem e briga comigo com fúria paternal. E amo mais ainda porque não demora nada a voltar e dizer que foi muito duro.
O amo porque contigo aprendi a gritar quando alguém me fere.
E o amo porque aprendeu comigo a rir dos piores momentos, mesmo os fatais.
Com você pude ser eu, um eu que não conhecia, mais áspero, mais tóxico
E comigo, aprendeu a mostrar em você, alguém que já estava ai, mas não deixava vir à tona, tão doce , tão cuidadoso...
O que ganhamos somados, foi tanto e tão bom que não dá mais para dividir
Não amo só os momentos em que me trata como o centro do seu mundo. E me paparica como uma jóia, Amo também que perceba que ate ao teu lado, às vezes preciso estar só comigo e com as coisas que estão cá dentro.
E você prepara meu café e quando menos espero, no meio de uma crise financeira, de um colapso profissional, telefona só para dizer que me ama, ou para agradecer.
O amor que lhe tenho baby, não é só de teu lado bom, é de todos os teus lados, pois descobri que amo mesmo é a tua singularidade, e a pluralidade imensa desse teu jeito.


Entao é isso...e não é...
Viajar e quase morrer em frente ao mar....
Mas sem esta calma de fim de semana sem feriado.
Sem esta calma de mar dormente
Sem calma nenhuma, nem a minha





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

.............................Marasmo............................




O pássaro cantando na varanda
inquieta minha alma
e alegra meu olhar
o dia nublado e sem sombras é delicioso
como o gosto do gosto de tuas palavras
que tanto gosto de sentir
há crianças brincando nas ruas
e quase posso pensar que não vivo em São Paulo
estou agora num recôncavo de Minas
na esquina de minha casa
Minas é aqui
e seus transeuntes sem pressa
lembram Uma Cidadezinha Qualquer
o tempo parou dentro de meu olhar
tudo parou de repente
e este marasmo todo
adicionado ao canto do pássaro
faz com que eu lembre
o quanto escrava do tempo sou...



...................Pra Esquecer.......................

Queria sair,
            esquecer o celular
            esquecer o teu olhar
            esquecer de querer lhe falar

Queria não passar por acaso em teu bairro,  
                                 todo dia
Nem me arrepender de por acaso querer te ver
                                  o dia todo

Queria esquecer que se fundiu em meu corpo
Por anos a fio que fundidos ficamos
E que teu cheiro ficou aqui, em meu pescoço
                       em minha anca quente

Como esqueço nossas milhares de horas de conversa
                               na mesa dos bares?
E os trilhões de litros que nelas consumimos?

Queria esquecer que foi meu maior amigo
                      meu melhor amante
                      meu único amor...

Mas baby, amanhã eu vou tentar
     eu juro que sim, que vou:
Me esquecer de passar em teu bairro esperando ver
                         tuas coloridas camisetas,
                                      de longe...
E vou esquecer , sei que vou,
           esquecer o celular
         esquecer o teu olhar
    uecer de querer lhe falar.






08 de abril de 2006

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sobre Ser Amigo.



O maior exemplo de amizade que tive, foi minha Mãe.
Que era amiga de fato:
Dos outros, do mundo, e de si mesma ...
Minha mãe tinha uns aromas mornos de sabonete que ficavam com ela por todo o dia.
E nós nos abraçávamos sempre, sempre
Eu a beijava com beijos muito estalados,
a menor menção de afastamento:
Quando ia a escola, ao trabalho, à esquina...
Quando simplesmente ia ficar só num canto qualquer da casa, e voltava a beijá-la ao retornar.
Ficávamos no colo uma da outra, e ríamos alto, muito alto, de tudo o que não sei mais rir...
E às vezes quando eu sentia dor, deitava a cabeça em seu colo e dizia que queria voltar ao útero, que estava cansada e tal...
E ríamos mais ainda dessa impossibilidade...
Às vezes ainda acordo aos sábados, e sinto o cheiro de bolo com essência de laranjas Que invadia a casa nestas manhãs, abraço os travesseiros e é quase bom...Só não é real.


O dia em que me disseram que ela ia morrer, foi quando abracei meu pai a única vez em que isso aconteceu em minha vida.
E minhas irmãs por uma das duas ou três em que o fiz.
Éramos uma família bastante atípica. Atípica e findante.
Não há abraços por aqui, nem beijos festivos de bom dia... Aqui não há Natal, aniversário... Ou almoço de Ação de Graças...E isso nem chega a ser triste, só é estranho. Estar só é estranho.


Talvez isso explique porque meus amigos são tão importantes, e  porque me preocupo tanto com o que sentem e pensam.
Talvez não...
Amizade, para mim, é um vínculo mais forte que os laços familiares. Isso porque a única família que realmente tive, foi também a melhor e mais fantástica amiga que poderia desejar.